terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Clarice Lispector - primeiras leituras

"Descobri o conto!!
O prazer de perceber as sutilezas nos detalhes, a intensidade das emoções nos acontecimentos."

Escrevi isso em agosto de 2016 quando iniciei a leitura da coletânea dos "Cem Melhores Contos do Século" publicado pela editora Objetiva, fruto de um garimpo no sebo do bairro. 

"Pela primeira vez, hoje (17/08/16), li um texto de Clarice Lispector e pude compreender um pouco daquilo que motiva o seu prestígio." 

Em "Felicidade Clandestina" me emocionei ao perceber a sutileza de descrever os sentimentos mais profundos e provocar o encantamento no leitor.

"Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha [o livro] só para depois ter o susto de o ter" (Felicidade Clandestina).


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Recompensas Literárias

O último texto de Leandro Karnal no Estadão (do dia 14/12/2016) - Tinha uma pedra no meio do caminho - me chamou bastante atenção. Ele faz uma reflexão sobre os desafios e recompensas da leitura. Por que ler os clássicos quando existe o best-seller gritando por atenção?
"O livro comum quer nosso interesse e anela cativar. O clássico diz que esteve bem nos últimos 300 anos sem você e passará bem os próximos mil após sua morte. O best-seller grita: preciso do seu ibope! O clássico sussurra num muxoxo blasé: não tenho a menor necessidade da sua consideração. [...]
A dificuldade da grande obra é seu mérito. Meu vocabulário cresce, minha mente se expande, minha musculatura intelectual se fortalece diante do esforço. O custo? Todo o cérebro range ao peso das ideias, como uma carroça sobrecarregada. As rodas afundam no solo, os bois resistem, o arcabouço estala e o avanço é lento. [...] 
 A obra clássica é multifacetada. Muda nosso lugar no mundo. Ela desafia nossos limites e revira as ideias."

Na maioria das vezes, durante a leitura de um livro, a mensagem que mais recompensa não está explícita, ela está nas entrelinhas.

Leia o texto completo - Tinha uma pedra no meio do caminho - na coluna de Leandro Karna no Estadão. (Clique Aqui)

terça-feira, 25 de outubro de 2016

I Semana Nacional do Livro e da Biblioteca

Desde 1980, entre os dias 23 e 29 de outubro, é comemorada a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. 

Neste ano (2016), o Banco Central em Recife preparou uma série de atividades para os dias 25 e 26 de outubro. É a I Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, gratuita e aberta ao público. O Banco Central em Recife é localizado na Rua da Aurora, 1259 - Santo AmaroVeja a programação:


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Geração Superficial: o que a internet está fazendo com nossos cérebros / The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains


Em 2014 vi esse livro pela primeira vez numa livraria e, como de costume quando me interesso por algum livro, tirei uma foto e arquivei para comprá-lo em outra ocasião. 

Até que, em Abril de 2015, me deparei com ele enquanto garimpava no sebo do meu bairro. Comprei imediatamente, mas não iniciei a leitura. No semestre seguinte, fiquei sabendo que ele seria analisado e discutido numa disciplina do mestrado. Era o momento certo de lê-lo. 

Embora não aparente, o livro discute um tema que está intimamente ligado à leitura e ao modo como compreendemos aquilo que lemos.

Sem mais delongas, compartilho o que escrevi na época:

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Lembrança de um dia cansado...



O dia acordou cansado
O Sol custou a levantar
Passou da hora todo coberto
No quarto, nem parecia dia
Meu corpo lutou para acordar
Enquanto meus olhos mergulhavam nos sonhos...

Enfim, levantei para ver o céu
Era mesmo aqueles dias que acordam...
tarde
Sentei na sala, não resisti
Como o imã abraça o ferro,
A cama me agarrou
O dia queria dormir,
não me deixou levantar...




Mitsuo André,
15 de agosto de 2016

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Uma Vida Entre Livros - Bibliofilia #2

Certo dia, pesquisando fotos no Instagram, explorando variadas possibilidades de #hashtags sobre as temáticas: #livros, #literatura, #biblioteca e afins, me deparei com um perfil um tanto peculiar. 

O fundo de suas fotos eram prateleiras de livros, retratava as novas aquisições e suas redescobertas na biblioteca. Afinal, quem nunca achou um livro na própria estante, que sempre esteve lá, mas se surpreendeu pela redescoberta? Ou até fingiu não se lembrar para ter o susto de o ter? Aquele susto de criança, que acorda sem lembrar do brinquedo novo e logo se enche de alegria. 


"Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha só para depois ter o susto de o ter" (Felicidade Clandestina - Clarice Lispector).




Era o @MinhaVidaEntreLivros, basta conhecer seu álbum no Instagram para entender o motivo do nome escolhido para o perfil. Fiquei maravilhado com as suas fotos, uma verdadeira inspiração para os amantes da leitura.

Para dar continuidade à série Bibliofilia tive a oportunidade de entrevistar Sérgio A. Scacabarrozzi, e conhecer um pouco do seu amor pela leitura e pelos livros.

Ele frequentou as faculdades de Educação Artística e Direito, mas foi nas Letras onde ele se encontrou.


"Antes de tudo sou um leitor e foi a paixão pela leitura que me levou a viver entre livros."



segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Entrevistas com Escritores

Existem leitores que vão além da leitura. Sensibilizados pelas histórias que leram, também desejam encantar com suas palavras. Escrever um livro. Acredito que, para isso, é necessário aprender com quem entende. Aqueles cujo legado permanece depois de vários anos, até séculos. 

Uma das formas de conhecer mais sobre os escritores, além das suas obras, é através de biografias e de entrevistas. Onde eles detalham seus costumes, seus processos de criação, o que os inspira. Em suma, saber como foram "moldados", quais caminhos os levaram a encantar com o dom da boa escrita. 

Compartilho aqui o link de uma lista (em formação) de entrevistas disponíveis no YouTube com escritores como Clarice Lispecto, Lygia Fagundes Telles, Fernando Sabino, João Ubaldo Ribeiro, Ignácio de Loyola Brandão, Mario Prata, Gabriel García Márquez (Gabo), Mario Vargas Llosa, Moacyr Scliar, José Saramago, entre outros.

Caso conheça outras entrevistas que não constam na lista referida compartilhe o link nos comentários e eu adicionarei à lista do YouTube. Dessa forma, podemos montar um rico acervo de entrevistas com escritores. Uma rica fonte de referências para os amantes da literatura.

Aproveitem as entrevistas, a lista está em constante atualização!

Gostou da ideia? Compartilhe esse post nas redes sociais.


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Bibliofilia #1


Fotografia retira do livro "a aventura do livro: do leitor ao navegador" de Roger Chartier
Pintura de Carl Spitzweg por volta de 1850
Le rat de bibliothèque

 Bibliofilia, do grego: biblion – livro e philia amor

O amor pela leitura e pelos livros é um sentimento compartilhado por muitos leitores. Porém, alguns são mais sensíveis, percebem detalhes além do óbvio e são impactados. Reconhecem os valores cultural, material e histórico que compõem o livro. Esse é o bibliófilo, o “amante” dos livros.

Esse é o primeiro post de uma série. Vamos explorar diversas facetas que envolvem a temática da Bibliofilia. Vamos conhecer um pouco sobre esse amor muitas vezes incompreendido, confundido com o simples colecionismo ou acumulação de livros (bibliomania). Outras vezes, confundido com o exibicionismo vazio (bibliolatria), ou até com uma distorção desse amor, direcionado para os interesses puramente comerciais.

Para José Mindlin, a bibliofilia é o vírus que provoca uma "loucura mansa".


Para inaugurar essa série, eu conversei com a Bibliotecária da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI-UFPE), Adelma Ferreira de Araújo.


domingo, 25 de setembro de 2016

A Leitura Ativa - Como Ler Livros


 "Um bom livro recompensa aquele que tenta lê-lo. Os melhores livros oferecem as maiores recompensas. Naturalmente, há dois tipos de recompensa. Primeiro, há o aprimoramento de sua capacidade de leitura, que resulta de você ter enfrentado uma obra boa e difícil. Segundo - e isso, a longo prazo, é muito mais importante -, um bom livro traz ensinamentos sobre o mundo e sobre você mesmo - você não só aprende a ler melhor, como também aprende sobre a vida. Você fica mais sábio" (p. 342).

Se você aprendeu a perceber o prazer da leitura e todos os benefícios associados ao ato de ler, em algum momento deve ter se questionado sobre os seus métodos de leitura. Especialmente na leitura dos livros de não ficção. Por outro lado, caso não tenha se questionado espontaneamente, algum professor conhecido como exigente, ou até como "chato", pode ter dado uma força solicitando a leitura de um livro acompanhada de resenha crítica ou de resumo dos principais argumentos. 

Pois bem, isso aconteceu comigo... E após longas horas de leituras e releituras acabamos por questionar nossa capacidade intelectual. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

"Sala de Expurgo, Não Abra!!"

Este era o aviso na estreita porta ao lado de uma porta de vidro dupla escancarada. No corredor, o amarelado da indiferença e da impotência sufocava o ambiente. Porém, o abafado maior era proveniente da porta aberta, ela despejava no ar o odor do abandono. 

Ao adentrar, a parca luz branca do ambiente era embaçada pelo retrato das dores. Instintivamente prendi o fôlego para não absorver a indiferença dos que transitam diariamente impotentes. Impedidos de se fecharem, meus olhos registraram a angústia e a dor do abandono naqueles olhares vagos, fitando o nada, tomados por dores tão agudas quanto as físicas. Vidas amontoadas, praticamente uma por cima da outra, estacionadas nos corredores da eterna espera. Largadas como expurgos, porém, às portas abertas.



Eis um retrato "3x4" da saúde pública no Hospital Getúlio Vargas, no Recife. Era uma manhã rotineira de segunda-feira.

23/08/2016

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A Religiosa - Denis Diderot

A Religiosa
Em forma de carta direcionada ao Marquês de Croismare, Suzanne Simonin narra seu triste destino de ser encarcerada num convento ainda na adolescência. Por uma falha de sua mãe no passado ela passa a ser injustiçada e escanteada. Diferente das suas irmãs, de uma forma que desconhece, ela é privada da vida normal e levada a experimentar uma vida de amargura, angústia, solidão e sensações incompreensíveis a ela.

Escrito e ambientado no século XVIII acredito que este livro foi motivo de muitas críticas e censuras ao mesmo tempo em que esclareceu de forma bastante realista os sentimentos daquelas que eram obrigadas a viver na reclusão por seus  familiares. Reclusão da natureza humana de socializar e poder dar continuidade à vida através dos filhos. Abandonadas a lidar com as consequências físicas e psicológicas de sufocar seus instintos naturais de ser Humano.

Particularmente, não é um livro que se lê feliz, antes, derrama a angústia e infelicidade da narradora a cada página.


Lido em 22/06/2014

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury

Fahrenheit 451 - Ray Bradbury

Em 1953, após a II Guerra Mundial e em plena Guerra Fria, Ray Bradbury (1920-2012) escreveu Fahrenheit 451. Clássico da literatura mundial, ultrapassa os limites da ficção científica. É uma obra política, uma distopia. Fala do futuro denunciando o presente.


"Não só uma crítica à repressão política, mas também à superficialidade da era da imagem [...]" (Manuela da Costa Pinto, orelhas do livro)
215 páginas
Editora: Biblioteca Azul 



Em edição...aguardem!